18 de maio de 2011

Ainda não acabou

Escorado contra uma rocha, estava Gaian, coberto de sangue, cortes sobre cortes, sentia muita dor. Naquele momento ele buscava fôlego para continuar a subida, as suas costas estava um desfiladeiro, a sua frente ainda faltavam alguns metros para estar devolta ao lugar onde havia desafiado o mais forte de seus inimigos, ou pelo menos assim imaginava.
O lugar era uma estrada. Uma estrada perdida no meio de um deserto, abaixo de um intenso calor. Depois de ser bruscamente ferido durante o combate, foi lançado para fora da estrada onde encontrou o desfiladeiro. Foram mais de quatrocentos metros de queda livre, depois  pelo menos metade disto rolando e batendo contra várias rochas.
A queda lhe causou quase tantos ferimentos quanto a batalha, principalmente pela força usada para o arremesso. Pareceu, para o seu adversário, apenas mais uma luta, insignificante. Apesar da dor intensa que sentia, apesar da grande perda de sangue que ainda não cessara, apesar de tudo isso ele ainda estava decidido em finalizar sua missão. Ele não fora derrotado, simplesmente perdeu uma das batalhas daquela guerra. Guerra que  estava apenas  começando.
No braço esquerdo, onde estava seu ferimento mais arduoso, amarrou um pedaço de tecido que arrancara de sua vestimenta, a qual pouco ainda sobrava. Puxou parte do pouco ar que ainda restava de seus pulmões e seguiu em frente. Ou melhor, seguiu para cima. Se agarrando no que alcançava, aos pouco chegava mais perto da estrada que parecia estar bem próxima.
Quano já podia avistar alguns arboredos, que beiravam a estrada, um pequeno cascalho lhe atinge de leve, vindo de cima, imediatamente ele olha para tal direção. Alguém o esperava, um dos inimigos infelizmente, seguidor de seu algoz. Já poderia mesmo esperar, pois seus inimigos já o viram levantar depois de muitas situações em que poderia ser considerado derrotado, mas esta era sua principal virtude, a persistência.
- Você não desiste não é mesmo? - pergunta o homem. - Não ve que tudo está perdido para vocês? Você é muito teimoso, se continuar a tentar manter-se de pé será suicídio, puro suicídio. Você já teve uma amostra de nossa força. Lhe garanto que foi só uma amostra.
Ele não responde as provocações e continua a subir, sem parar. Agora a poucos metros do seu inimigo, Gaian se ergue da maneira que consegue, meio cambaleando e fecha os olhos. Sem entender o que se passa, o homem a sua frente se aproxima e com os dois braços erguidos faz um gesto para o atingir, na intenção de jogá-lo devolta morro abaixo. Mas antes que conseguisse Gaian abre os olhos. Suas íris têm várias cores, como se uma arco-íris girasse dentro delas, erque os braços, com as mão abertas e apontadas para seu inimigo.
De suas palmas nada saem, mas é como se uma força invisível jogasse o seu adversário para trás. Tamanha a força utilizada que ele sobe, arrastado, os poucos metros até a estrada e ainda a atravessa de sobresalto, parando do outro lado dela no choque com uma rocha, três vezes o seu tamanho.
Com certo esforço e agora aparentemente mais fraco, Gaian chega à estrada. Nota que seu novo adversário está deitado de bruços e desacordado. Olha para os dois lados e segue ao sul, mesmo caminho que tomara o homem que foi capaz de sua primeira derrota.


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