14 de outubro de 2011

A Mãe Natureza


Hoje é dia de reunião do Congresso. Todos precisam estar presentes, mas alguém está atrasado. O Espírito do Fogo está presente, o Espírito da Água também. O Espírito do Ar nunca faltaria e também não podemos esquecer do Espírito da Terra, todos presentes. Quem ainda não chegou é a Mãe Natureza, está até virando costume chegar atrasada para a reunião, esta que decide as próximas ações que deverão ser tomadas afim de mudar o cenário atual.
Não é por preguiça ou falta de vontade, muito menos por estar presa no trânsito. A presença mais importante desta reunião, a Mãe Natureza, provavelmente deve estar com problemas para caminhar, ou para respirar, ou ainda para simplesmente se levantar. Ultimamente tem enfrentado vários problemas de saúde. O seu médico relatou no último exame dezenas de doenças, dentre elas várias intoxicações.
Enquanto aguardam a chegada da presidente do Congresso, os Espíritos da Natureza coxixam entre si, lamentando pela atual situação em que se encontra a mãe deles. O Espírito do Fogo chama a atenção de todos e diz que está mais que na hora de algo de verdade ser feito, ele sugere colocar todos os vulcões do planeta em erupção simultânea, para ver se a humanidade cai na real e muda seus hábitos.
O Espírito do Ar, mostrando uma expressão revoltada, concorda com seu irmão, mas acha que seria melhor ventanias para todos os lados, pondo abaixo todas as construções que prejudicam a Mãe Natureza, assim as coisas melhorariam com certeza, mas, o Espírito da Água, interrompe. Ele menciona as ideias propostas por seus irmãos, mas lembra que tudo isso não teria os melhores resultados.
Se os vulcões entrassem em erupção, muitas pessoas inocentes morreriam, pois somente as famílias mais pobres moram do lado deles, isso apenas por não ter outro lugar para ir. Se ventanias tomassem conta do planeta, não apenas as construções maléficas iriam abaixo, mas também muitas outras importantes para todos.
O Espírito da Água acrescenta que se fizessem chover por dias, principalmente nos países mais ricos e poluentes, a inundação que tomaria conta, com certeza faria todos pensarem e agirem imediatamente.
O Espírito do Fogo alerta que assim também muitos inocentes seriam mortos, pois, a cultura de atitudes antisustentáveis, não são exclusividade dos mais poderosos. Assim começa uma discussão entre eles, quando, o Espírito da Terra, até então em silêncio, os interrompe e diz que nada podem fazer sem a autorização da Mãe Natureza.
Os três, juntos, lembram das quantas vezes que sugeriram algumas destas ações, entre outras, mas que nunca foram acatadas. Acusam a Mãe Natureza de não deixar punir aquelas que fazem mal a ela mesma. Não se conformam de forma alguma em ver a sua mãe passar por tudo aquilo.
O Espírito da Terra avisa que ela sempre está certa. Ele compartilha a indignação de seus irmãos, mas lembra a eles que todas estas ações não seriam eficazes para resolver todos os problemas, tudo isso só machucaria mais e mais a Mâe.
Em momentos de fúria os Espíritos da Natureza, em vez ou outra, se rebelam, é quando acontecem algumas das catástrofes que hoje presenciamos. Os tsunamis, por exemplo, são a fúria do Espírito do Ar quando se desentende com seu irmão, o Espírito da Água.
A Mãe Natureza reprova estas ações radicais, por parte de seus filhos, pois acredita na humanidade, acredita que em algum dia do futuro as pessoas se conscientizem da real necessidade de preservar a natureza para o seu próprio bem. Não é nem o caso de egoísmo, pois os homens estão prejudicando a si mesmo e não ao próximo. Mas a Mãe Natureza sabe que a Esperança nunca morre, afinal ela a conhece bem, é sua irmã.


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